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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Desmoronamento em Niterói aumenta o número de mortos no Rio de Janeiro


Deslizamento de terra eleva para 157 número de mortos em chuvas no Rio
O deslizamento de terra que destruiu nesta quarta-feira dezenas de casas em Niterói, cidade próxima ao Rio de Janeiro, elevou para 157 os mortos pelas chuvas na região, um número que pode aumentar, já que os bombeiros acreditam que mais de 200 pessoas estão soterradas.
Um enorme deslizamento praticamente destruiu a favela do Morro do Bumba, na periferia de Niterói, onde bombeiros já recuperaram 11 corpos, segundo dados divulgados por uma rede de televisão, que mostrou diversos resgates. 25 feridos foram resgatados dos escombros, informaram nesta quinta-feira as autoridades.
O comandante dos bombeiros da cidade, Pedro Machado, estimou que mais de 200 pessoas foram soterradas sob a lama e afirmou que as equipes de resgate trabalham arduamente em busca de sobreviventes.
"Segundo o testemunho dos vizinhos, cerca de 200 pessoas podem estar debaixo dos escombros, mas é incerto, talvez sejam mais", disse Machado.
Este novo drama eleva para pelo menos 157 o número de mortos no Estado do Rio de Janeiro, segundo dados da Defesa Civil, após as chuvas torrenciais registradas na última segunda e terça-feira, que provocaram inundações e deslizamentos.
A cidade de Niterói foi a mais afetada, com 86 mortos até o momento, explicou uma fonte da prefeitura consultada, enquanto 48 falecimentos foram registrados no Rio de Janeiro.
Segundo um jornalista da AFP, grande parte da montanha deslizou e devastou uma área de cerca de 700 metros, onde destruiu tudo o que encontrou pela frente: cerca de 50 casas, uma creche e uma pizzaria.
Os bombeiros acreditam que existem poucas chances de encontrar sobreviventes sob a montanha de lama que cobriu o local.
O secretário de Obras Públicas de Niterói, José Morcazel, afirmou à imprensa que a favela do Morro do Bumba foi construída há 25 anos em cima de um lixão coberto com terra, o que o torna particularmente vulnerável aos deslizamentos após as chuvas e explica as emanações de gases tóxicos registradas.
Sabrica Carvalho de Jesus, de 26 anos, que trabalha em um hospital, conseguiu escapar do deslizamento ao fugir de sua casa depois de escutar um som muito forte, que vinha do alto da montanha. Mas seu avô, sua mãe e seu filho de seis anos estão sob os escombros.
"Sinceramente, não tenho esperanças. É muita terra. E doze horas embaixo da terra é muito" tempo, disse Sabrina à AFP, enquanto um bombeiro tentava consolá-la.
O prefeito de Niterói, José Roberto Silveira, decretou estado de calamidade pública na cidade. Pelo menos oito bombeiros sofreram ferimentos leves nas operações de busca.
O número de pessoas evacuadas em todo o Estado do Rio de Janeiro alcança os 14 mil, segundo dados oficiais. Apenas 3 mil se encontram em Niterói. As autoridades pediram que as pessoas que vivem em locais mais vulneráveis deixem seus lares.
De acordo com as previsões, as chuvas continuarão por toda a semana na região, ainda que em menor intensidade, depois do pior temporal dos últimos 44 anos no Estado do Rio. Ao meio-dia, para a alegria dos socorristas e desabrigados, o sol brilhava na cidade.
Nesta quinta-feira completa-se o segundo dia de luto decretado pelo governador Sérgio Cabral, que junto com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez um pedido de ajuda de urgência ao governo federal, de 208 milhões de dólares para obras que permitam fixar as encostas dos morros.
Paes indicou que, a médio prazo, até 2 mil famílias que vivem em favelas na cidade do Rio podem ser transportadas para outros locais, para evitar que continuem em risco em caso de mudanças climáticas. Ele não informou, entretando, onde ficariam abrigadas.
O Rio de Janeiro, que será sede dos Jogos Olímpicos de 2016, conta com cerca de mil favelas, muitas delas instaladas em zonas expostas à ação do tempo. Foram nesses locais que ocorreram a maioria dos deslizamentos como consequência do temporal.

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