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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Homem é morto ao enfrentar PM em Cruzeiro do Sul

PM diz que vítima teria avançado com terçado para cima da guarnição da PM

Francisco Nonato Souza da Conceição, conhecido por “Bem”, de 26 anos, foi morto com quatro tiros, disparados por policiais militares, na manhã de domingo (4), no bairro da Lagoa, subúrbio de Cruzeiro do Sul.

Uma guarnição da PM foi deslocada ao local, depois de ser informada pela comunidade, sobre a presença de um homem que estaria invadindo casas armado com um facão e ameaçando moradores. Os militares abordaram Nonato em um local conhecido como Trapiche da Lagoa. Ele estava caminhando e não obedeceu a voz de prisão e ainda tentou enfrentar os policiais com o terçado, informou a PM.

De acordo com o que foi apurado, Nonato foi atingido com um disparo em uma das pernas, no momento em que armava o facão para desferir o primeiro golpe contra os policiais. De acordo com os depoimentos colhidos na Delegacia Geral da cidade, mesmo sendo atingido, o homem não recuou e partiu pra cima da polícia. Diante da reação inesperada do acusado, os policiais efetuaram mais três tiros, dois no abdômen e um no peito de Nonato que morreu no local.

A Polícia Militar reforçou a segurança na área, que ficou cercada por curiosos. Houve demora por parte do Instituto Médico Legal para a remoção do corpo. Peritos do Instituto de criminalística estiveram no local realizando os procedimentos.

Elaine Vieira Alves, que é cunhada da vítima, explicou que ainda pediu para que ele soltasse o terçado. “Ele era meio perturbado, ficou assim desde o tempo que levou um tiro. Ele foi na direção dos policiais e só vi quando levou o primeiro disparo no pé, depois eu entrei”, comentou Elaine.

De acordo com a família, Francisco Nonato Souza da Silva morava no Ramal 3, na BR-364 e de vez em quando ficava na casa da mãe, no bairro em que foi morto.

Comando da PM explica morte

O comandante do 6º BPM, major Alves, convocou a imprensa local para explicar o acontecido na manhã de domingo, no bairro da Lagoa, quando Francisco Nonato Souza da Conceição, residente no Ramal 3 do Projeto Santa Luzia, foi morto com quatro disparos efetuados pela guarnição da PM.

Segundo contou Alves, logo cedo, o Ciosp recebeu duas ligações e repassou a informação de que um cidadão estava na cabeceira da Ponte do Juruá ameaçando as pessoas com um terçado e ameaçando invadir algumas casas do trapiche da Lagoa. Logo a PM enviou guarnição, mas ao chegar Francisco Nonato já não se encontrava na cabeceira da ponte e já tinha adentrado o trapiche. O policial tentou convencer Francisco a entregar o terçado, mas ele estranhamente nada falava e se recusava a entregar a arma, isso segundo testemunhas já ouvidas no inquérito instaurado pela Polícia Civil. Aparentemente Francisco estava sob efeito de alguma droga.

Poucos metros depois dessa tentativa da PM de fazer com que Francisco entregasse a arma, numa ação inesperada, ele demonstrou a intenção de entrar na casa da irmã, mas repentinamente voltou-se contra os policiais com o terçado em posição de ataque. A partir desse momento o policial efetuou um disparo no joelho que pegou de raspão e ele continuou vindo para cima da guarnição. Foi feito então outro disparo que pegou na região da virilha e ainda assim Francisco continuou vindo para cima. Diante disso, do risco iminente de ser atingido pelo terçado, o policial já sem espaço efetuou mais um disparo e outro policial disparou mais um e acabaram atingindo-o no abdômen e outro no tórax. “Infelizmente ele veio a óbito”, disse o major. Faziam parte da guarnição os sargentos Francisco da Silva Lima e Livalter e o soldado Janderson de Azevedo.

Policiais afastados

A PM abriu uma sindicância para apurar se houve excesso. O delegado já ouviu testemunhas e elas afirmam categoricamente que se o policial não tivesse agido da forma que agiu com certeza ele teria sito atingido pelo terçado. “Todas as providências estão sendo tomadas, tanto pela PM quanto pela Polícia Civil, e o caso será encaminhado ao Ministério Público que tomará as providências necessárias”, disse o major.

Os policiais da guarnição foram afastados das ruas e foi colocada à disposição deles uma psicóloga para que faça os procedimentos e verifique se eles têm condições de voltarem para a rua. “Também estamos atendendo a família do policial, que ficou bastante abalada. Embora seja uma situação corriqueira nossa, por mais que a gente queira e estejamos preparados, somos seres humanos e acabamos abalados psicologicamente”, disse Alves.

Fonte: http://agazeta.net/policia/37-noticias/7043-homem-e-morto-ao-enfrentar-pm-em-cruzeiro-do-sul.html

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