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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Começa terceiro dia do julgamento do caso Eloá

Começou, por volta das 10h50 desta quarta-feira (15), o terceiro dia do julgamento de Lindemberg Alves. A sessão teve início com o depoimento do tenente do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) Paulo Sérgio Squiavo. Segundo o advogado assistente da família de Eloá Cristina Pimentel, José Beraldo, o depoimento deve se estender por toda a manhã desta quarta.



Na visão do advogado, após Squiavo, deverá ocorrer o interrogatório de Lindemberg Alves, que deve tomar toda a tarde. Com isso, de acordo com Beraldo, o julgamento não deve terminar nesta quarta, e sim na quinta-feira (16) porque ficaria muito tarde para dar início às argumentações dos magistrados. Como o debate conta com réplica e tréplica, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), na visão de José Beraldo, deve transferir a argumentação para a manhã da quinta.



Embora a assessoria do TJ-SP não confirme a mudança, afirma que, de fato, existe a possibilidade de que o júri se estenda até a quinta-feira. Segundo a instituição, os debates não podem ser interrompidos, por isso, eles só começarão nesta quarta se tiver tempo hábil.

Lindemberg Alves, acusado de matar a adolescente Eloá Pimentel, chegou ao Fórum de Santo André, no ABC, às 8h47 desta quarta-feira. Ele deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, por volta das 8h10. O momento mais esperado deste terceiro dia do julgamento é o depoimento do réu. Pela primeira vez, após ter sido preso em 2008, ele dará a sua versão do crime. Lindemberg pode se recusar novamente a falar, como fez nas outras vezes em que foi chamado pela Justiça. No entanto, a advogada dele, Ana Lucia Assad, afirmou que seu cliente está disposto a depor.

Apesar de os laudos periciais terem apontado que os tiros foram dados pelo réu, Ana Lucia tem tentado desqualificar os exames ao questionar supostas trocas do número de identificação das armas que foram mandadas para perícia. Consta nos autos que o número registrado na solicitação de perícia era diferente do número real da arma.

Diversas testemunhas foram questionadas sobre esse ponto e argumentaram que a retificação já havia sido feita.



Advogada diz estar “chateada”

Após a fala do réu, o julgamento entrará na fase final: quando os advogados fazem os debates. A promotoria e a defesa têm uma hora e meia cada uma para apresentar seus argumentos para os jurados. Na sequência, pode haver réplica e tréplica, sendo disponibilizada uma hora para cada etapa.

Em seguida, os jurados se reunirão para definir se Lindemberg é culpado ou não dos crimes pelos quais é acusado: além de homicídio, ele também responde por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe contra Nayara, por outra tentativa de homicídio qualificado pela finalidade de assegurar a execução de outros crimes contra o policial militar Atos Antonio Valeriano e, ainda, por crimes de cárcere privado contra Eloá, Nayara e os adolescentes e colegas de Eloá Victor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira, e também contra Ronikson Pimentel dos Santos, irmão de Eloá.

No final do julgamento, a juíza vai estipular a sentença do réu, caso ele seja condenado pelos jurados.

Depoimentos
Nesta terça-feira, nove pessoas foram ouvidas no plenário. Os primeiros a prestar depoimento foram o irmão mais velho de Eloá, Ronikson Pimentel dos Santos, e o advogado Marco Antonio Cabello. Na sequência Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, seria ouvida, mas a defesa a dispensou.

Depois, o irmão mais novo de Eloá, Everton Douglas, de 17 anos, deu seu testemunho. Entre outras coisas, ele disse que sente “muita pena” do acusado por considerá-lo um monstro.

Após um intervalo para almoço, foram ouvidos os jornalistas Rodrigo Hidalgo e Marcio Campos; os peritos Dairsse Aparecida e Helio Rodrigues; o delegado Sérgio Luitzza e o policial do Gate Adriano Geovanini.

Entenda o caso
Nayara e Eloá estudavam, no dia 13 de outubro de 2008, junto com dois amigos no apartamento de Eloá, em Santo André, quando Lindemberg, armado, invadiu o local. Inconformado com o fim do namoro com Eloá, ele fez os quatro reféns, mas liberou os dois jovens cerca de dez horas depois.

Nayara permaneceu no cárcere ao lado da amiga até ser liberada cerca de 24 horas depois, por volta das 23h de terça-feira, 14 de outubro de 2008. Durante uma ação estratégica da polícia, ela voltou ao cárcere na quinta-feira (16), num momento bastante contestado e criticado do sequestro.

Na sexta, após cem horas, a polícia invadiu o apartamento. Eloá e Nayara foram baleadas. A ex-namorada de Lindemberg morreu no hospital e sua amiga, apesar de ter sido baleada no rosto, não correu risco de morrer. Ela passou por diversas cirurgias corretivas na face e ainda continua o tratamento três anos depois.


Fonte: http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/comeca-terceiro-dia-de-julgamento-do-caso-eloa-20120215.html

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